sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Vê-de.

Olha lá!
Lá embaixo do 4° andar
Estão todas as coisas da vida
Todas as coisas dessa vida.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Sem Motivo

O corpo ainda sustenta a alma
A noite cobre meu coração de idéias
Há espelhos mortos na parede
E eu simplesmente consigo te ver respirar sobre a cama
Me sinto meio apaixonado, um tanto vencido
Mas vivo.

domingo, 21 de março de 2010

LAR VIÚVO LAR

a tragédia chegou
a fim de papo franco
mais ou menos honesto
conseguindo arranhar o coração
vomitar o sentimento de dentro
que saiu todo e levou consigo
toda imensidão que dormia e acordava comigo
levou meus chapéus e a maioria da alma
depositando a rosa negra da razão
que me faz escrever, que me faz chorar e pensar
sentir o calafrio torturante de ver o mundo na frente
e andar
arrastar a solidão pra longe dos outros
vestir e perfumar o pior castigo
continuar vivendo o que está morto
que no terceiro dia
o sonho mais belo da face desse planeta
abra meus olhos vencidos
e levante minha cabeça
pra sentir o vento agradecido da vida.

quinta-feira, 18 de março de 2010

TECTÔNITO




de novo do 4º andar,
de baixo das teias das janelas,
o apartamento não para de engolir a paisagem,
e eu em pé, de frente pra baía, de frente pro vento,
assisto a treva pontual de cada dia, noite por noite,
a cidade inteira entrar no prédio,
explodir os olhos e ser suavemente transgressora,
ao tempo, ressuscitando eternamente,
em cada onda de rio que passa em frente
e ser arrastada pela correnteza até sumir de tudo,
e tudo de novo virar aurora, um acorde ao vento,
ou tatuagem em pele nova ou cortinas coloridas,
até o mais inflexível tempo descolorir tudo,
até mesmo o dia.
a treva no seu horário habitual,
mostrará seu rosto vaidoso na janela,
e nessa hora, meus olhos viverão de novo.

VASTÍSSIMO MUNDO

as flores

da estrada

não precisam

de nada!

quinta-feira, 11 de março de 2010

o céu de vez em quando preto de belem

o mundo inteiro, um mundo só




o manuel pinto ainda de pé
o céu com todas as suas estrelas
e nem mesmo as mangueiras da nazaré
logo ali embaixo
disfarçam a vida da cidade
que nessa hora pulsa mais viva que a chuva da tarde
eu que sempre sonhei escrever um poema na sacada
a madrugada veio muda, pouco viva
dá pra ver nas luzes e na imaginação das ruas mimicamente insinuantes.
nessa cidade já sem coração palmilham todos os passos do mundo
discretos, silenciosos
mas vivos restos do mundo.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

desvairado devaneio.

fui pela primeira vez em sp há uma semana atrás. voltei sem uma foto! mas veio comigo esse texto.


essa deitada parede paulista,
cheirosa cinza estendida,
aos pés dos mundos do pensamento
e da sensibilidade descarada,
que condena seus prisioneiros,realmente insulta.
suborna e vence. enchendo andares subterrâneos das almas,
desconfiadas, mas atentas,
de vontades e cores.
a solidão que grita de cada janela da cidade,
esbarra em outro ouvido,
que berra desesperado,
com ajuda da boca,
uma garoa contaminosa,
que faz calar e entender,
o perfume atrás das esquinas.
a força brutal de seu astral
e da sua disposição muda de agradar.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Negra Parede.

Por favor não me olhe assim desse jeito, com muita vontade de me ver. Tenho corpo miserável, aparência maltrapilha. Meus olhos são mais vivos que eu. Sofro a vida, em cada palavra que se cala. O mundo, em seu cada centímetro e considero o Tempo, o mais venenoso recado divino. Por isso, há muito, bati e escurracei o Dia. E no dia em que a Noite veio à minha casa, vestida de azul,
pude ver sua pele e seus pêlos expulsos, pude comer toda a sua cara. E no final,quando seu corpo padecia, deitado, morto e quieto, porcas borboletas pousavam afim de restos e descanso. Restaram meus olhos, contempladores de escuridões imensas. Restaram minhas negras paredes.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

...

De repente a vida dá aquele estálo do atrito de seus polegares. E mais uma vez assisto minha mulher dormir enquanto encho as linhas do caderno e o copo de geléia. Dessa vez pra experimentar andares retilíneos. Pra comentar toda a complexidade da vida, que atrevimento! Mas posso tentar, claro, ao primeiro passo restringindo a minha própria vida. No dia de hoje, que decidi ficar em casa e obedecer toda aquela "normalidade" de alguém metido em um casamento, embora eu mesmo não entenda onde estará o meu, se no início, no meio ou no fim, preservo-o como sempre gostaria de lembrá-lo. Que sensibilidade drástica! E assim todos os dias e todas as horas chegam, como se fossem compromissos.Ainda hoje! Mas este fim de semana tive folga sábado e domingo,raro...! De maneira entusiasmada pelas horas afastadas de compromisso com o trabalho, decido por uma quetão da gravidade do astral, beber com amigos ao meio dia.
Realmente maravilhoso! Chego em casa, minha mulher maquiada pro almoço. Sinceramente conferi meu relógio e ainda era meio dia. Nesse momento senti que minha vida estava no meio de todas as outras vidas que eram arrastadas até as nossas. Mas aí em outra intervenção de Atena, deu pra pensar: o que não está interligado? Pausa pra respirar as reticências que existem! O que me confunde nesse mal estar são os meus próprios pensamentos! E caio, obediente, mais uma vez. Te chamo de meu amor. Meu amor. Meu amor. E tudo volta à órbita teimosa. Mas tudo segue, como nós seguimos.
Trazendo tudo conosco, reparando os detalhes. Será sempre desejo? Vontade? Que nada, será sempre amor!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

quase tudo

Vomitei quase tudo.
3 horas de sonho
Pra equilibrar no tempo
Todos os idiomas
Que resistem
A um por do sol.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

por baixo da pele

Da tua rede,
O que é o mundo?
Da minha rede o mundo
Não alcança o simples olhar,
Só não é maior do que o punho,
Que se rende a uma vontade
E pode mudar com um simples embalar, entende?
E a lua? O que ela diz?
Poeta, o que a lua diz?
Poeta!?
A luz tá no corpo solitário
Do ponto distante da reticência da vida,
Que é mais uma casa,
Mais um lar com todas as cores
Com todos os filhos
Nascidos da transferência clara do teu olhar
Como nosso reencontro
Que da janela do mundo viverá.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

...

Já dia 06 do começo desse ano. Experimentalmente ou miseravelmente de poesia, nesse novo ano tentarei postar algumas impressões sobre tudo que vejo ou meramente registrar algumas confidências em pura prosa. Não que seja desespero, desperdício ou vocábularios dispersos. Afinal um ano novo merece alguma tentativa diferente. Que caia entre nós, só entre nós, acho que sempre tive essa vontade e agora parece que vai rolar. Claro que não desisti da poesia, afinal sou poeta mais do que qualquer outra coisa, portanto elas estarão por aqui espero eu mais vezes que a prosa. É mesmo só uma vontade de fazer considerações diretas sobre determinados assuntos e situações. Então, veremos! Ainda dá tempo de desejar feliz ano novo ao mundo inteiro, isso é o que realmente espero, um mundo mais feliz em 2010 pra todos!