domingo, 22 de julho de 2012

Manhã.

Deveremos nos manter calmos Quando a aurora disparar em nossa direção Quando o sono sequestrado da noite Imensa Devorar todos os sensos E te obrigar a sentir toda vagabundice do mundo Vendo com olhos corajosos A sensibilidade de cada segundo Incansável do tempo Querendo mesmo A força clara e exaustiva do calor.

Eletricidade Cósmica

A energia que viaja em minhas veias A 220 volts Ilumina os bairros de Belém Os bares, os lares, os puteiros E a árvore do Natal As letras que saem do cérebro pelas mãos Mancham a dignidade limpa do papel E chocam os desprevenidos Desanimam os românticos empobrecidos Desmancham o terreno fértil dos coitados Mas vibram as passeatas E hasteiam bandeiras sonhadoras Limpam fronteiras que só existem nos mapas E dançam os pares que se querem Comemoram vitórias galgadas E riem dos engraçados que valem à pena Cantam notícias infantis que brincam nos jardins Eutanásia dos assustados Corrimão áspero dos aleijados Brigada de incêndio quieta O disparo corajoso do reflexo Que o espelho oferece a quem se vê como é Cortina que se fecha Naftalina que evapora Coragem que se esvai E aplauso que diminui Silêncio que se espalha Escuridão. 29/12/2011