a tragédia chegou
a fim de papo franco
mais ou menos honesto
conseguindo arranhar o coração
vomitar o sentimento de dentro
que saiu todo e levou consigo
toda imensidão que dormia e acordava comigo
levou meus chapéus e a maioria da alma
depositando a rosa negra da razão
que me faz escrever, que me faz chorar e pensar
sentir o calafrio torturante de ver o mundo na frente
e andar
arrastar a solidão pra longe dos outros
vestir e perfumar o pior castigo
continuar vivendo o que está morto
que no terceiro dia
o sonho mais belo da face desse planeta
abra meus olhos vencidos
e levante minha cabeça
pra sentir o vento agradecido da vida.
domingo, 21 de março de 2010
quinta-feira, 18 de março de 2010
TECTÔNITO
de novo do 4º andar,
de baixo das teias das janelas,
o apartamento não para de engolir a paisagem,
e eu em pé, de frente pra baía, de frente pro vento,
assisto a treva pontual de cada dia, noite por noite,
a cidade inteira entrar no prédio,
explodir os olhos e ser suavemente transgressora,
ao tempo, ressuscitando eternamente,
em cada onda de rio que passa em frente
e ser arrastada pela correnteza até sumir de tudo,
e tudo de novo virar aurora, um acorde ao vento,
ou tatuagem em pele nova ou cortinas coloridas,
até o mais inflexível tempo descolorir tudo,
até mesmo o dia.
a treva no seu horário habitual,
mostrará seu rosto vaidoso na janela,
e nessa hora, meus olhos viverão de novo.
quinta-feira, 11 de março de 2010
o céu de vez em quando preto de belem
o mundo inteiro, um mundo só
o manuel pinto ainda de pé
o céu com todas as suas estrelas
e nem mesmo as mangueiras da nazaré
logo ali embaixo
disfarçam a vida da cidade
que nessa hora pulsa mais viva que a chuva da tarde
eu que sempre sonhei escrever um poema na sacada
a madrugada veio muda, pouco viva
dá pra ver nas luzes e na imaginação das ruas mimicamente insinuantes.
nessa cidade já sem coração palmilham todos os passos do mundo
discretos, silenciosos
mas vivos restos do mundo.
o manuel pinto ainda de pé
o céu com todas as suas estrelas
e nem mesmo as mangueiras da nazaré
logo ali embaixo
disfarçam a vida da cidade
que nessa hora pulsa mais viva que a chuva da tarde
eu que sempre sonhei escrever um poema na sacada
a madrugada veio muda, pouco viva
dá pra ver nas luzes e na imaginação das ruas mimicamente insinuantes.
nessa cidade já sem coração palmilham todos os passos do mundo
discretos, silenciosos
mas vivos restos do mundo.
Assinar:
Postagens (Atom)